quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A volta ao mundo em 80 swipes - 2

Bem-vindos ao Porto, essa pequena aldeia celta que parece existir isolada do resto da civilização, pelo menos no que ao comportamento sócio-engatológico feminino diz respeito.

As mulheres desta "naçôm" são donas de uma identidade muito própria. Há quem lhes chame "as mulheres do Norte" - termo normalmente usado em Lisboa para descrever todas as pessoas com ovários do Mondego a Valença do Minho. As pessoas que dizem isso normalmente também são aquelas que vão apanhar o comboio "à Campanhã" ou beber um copo "à Cedofeita", e que acham que o molho da francesinha é demasiado picante. Aprendam, está errado...
No Norte, essa região que abarca as "perdidas" de Coimbra, as loucas de Aveiro e Viseu, e as soltas do Minho, as únicas mulheres psicologicamente iguais às do Porto são mesmo as mães de Bragança. Um tipo cresce no meio delas e fica com treino para a vida.

Sair à noite no "mundo normal" é trocar uns olhares, meter conversa com desconhecidas, falar (e sobretudo ouvir) até passarem a "conhecidas" e ficar com o número delas para depois fazer magia. Ou pelo menos passar um bom bocado a tentar.
Sair à noite no Porto é todo um outro jogo. A prova não é de 100m, é mais tipo maratona, com barreiras, e com o público a passar rasteiras. O jogo aqui não é "ver" e "conhecer", o jogo é "ser visto", o que para um outsider pode parecer um paradoxo, já que um homem à noite no Porto é a coisa mais invisível que há, a não ser que tenha sido barrado à porta do Eskada, nessa caso toda a gente fica a saber.
E porque se sente um gajo invisível? As mulheres de cá não só dominam a arte da visão periférica como também conseguem identificar bem ao longe se o gajo é digno de cruzar o olhar ao perto. A única forma de saber se estás mesmo vivo a andar entre pessoas ou se ficaste preso numa trip estranha, é porque a cada cinco minutos vem um arrumador ou a mulher da sopa pedir uma moeda.

oh senhor Pague-me uma sopa

Então, como é possível quebrar o manto da invisibilidade e falar com mulheres reais? Como raios é que esta gente se atrai, se liga e reproduz? E o que é que esta conversa toda tem a ver com o Tinder?

Ataquem com comments e likes e pode ser que me convençam a continuar a história...

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