segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A melhor coisa do Tinder...

Após várias conversações com pessoas de ambos os sexos e orientações sexuais, cheguei à conclusão que os propósitos para a utilização do Tinder variam consideravelmente.

Enquanto que para os elementos do sexo feminino, o grande propósito é arranjar um marido com quem possam partilhar os melhores momentos das suas vidas (incluindo sexo, mas não só), existe uma quantidade mensurável de elementos do sexo masculino que utilizam o Tinder para sexo ou para algum flirt extra conjugal que os ajudem a desanuviar da rotina quotidiana. Havendo claro elementos raros que procuram esta app para casar namorar.

Já a comunidade homossexual tende (reforço: tende) a utilizar esta app para casar uma vez que, para copular existem ilimitada aplicações em que duas frases, duas fotos, e o envio da localização são ingrediente suficiente para uma rapidinha.

Cheguei à conclusão portanto que, para a maioria dos utilizadores, exceptuando homens casados, o grande objectivo de utilizar o Tinder é poder um dia desinstalá-lo.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Quando o Tinder me deixa de boca aberta

Eu tenho um grande problema com o Tinder. Perdão, vários. Mas hoje falo de um.
Por vezes, numa das minhas encruzilhadas esquerda / direita esquerda, rumo à tendinite, canso-me de estar a por todos para a direita e começo a questionar a minha acuidade visual. Por este motivo, e já com alguma incredulidade, equaciono passar um ou outro para a direita porque, vá, tem um queixo bem feito. 

Dias depois quando a minha lucidez regressa ao nível normal, descubro que fiz match com os shreks. Ora eu já normalmente não digo olá porque os gays são umas divas e, aliado à não existência de uma etiqueta homem - mulher, acumulamos uma caderneta de matches com os quais não conversamos. A não ser que estejamos bêbados.
Um dos shreks disse olá. E eu sou diva, mas também sou educado e respondi. Rapidamente apercebi-me que shrek tinha uma tendência depressiva e provavelmente alvo de algumas rejeições ao longo da vida. Como sou besta dura de coração mole, assenti a um café. Seria hoje.

Mensagem de hoje: "Olá :-) Ainda não saí do trabalho e ainda tenho que ir jantar. Pode ficar para outro dia?"

Eu levei uma tampa do Shrek. Inacreditável. Estou sem palavras.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A volta ao mundo em 80 swipes - 2

Bem-vindos ao Porto, essa pequena aldeia celta que parece existir isolada do resto da civilização, pelo menos no que ao comportamento sócio-engatológico feminino diz respeito.

As mulheres desta "naçôm" são donas de uma identidade muito própria. Há quem lhes chame "as mulheres do Norte" - termo normalmente usado em Lisboa para descrever todas as pessoas com ovários do Mondego a Valença do Minho. As pessoas que dizem isso normalmente também são aquelas que vão apanhar o comboio "à Campanhã" ou beber um copo "à Cedofeita", e que acham que o molho da francesinha é demasiado picante. Aprendam, está errado...
No Norte, essa região que abarca as "perdidas" de Coimbra, as loucas de Aveiro e Viseu, e as soltas do Minho, as únicas mulheres psicologicamente iguais às do Porto são mesmo as mães de Bragança. Um tipo cresce no meio delas e fica com treino para a vida.

Sair à noite no "mundo normal" é trocar uns olhares, meter conversa com desconhecidas, falar (e sobretudo ouvir) até passarem a "conhecidas" e ficar com o número delas para depois fazer magia. Ou pelo menos passar um bom bocado a tentar.
Sair à noite no Porto é todo um outro jogo. A prova não é de 100m, é mais tipo maratona, com barreiras, e com o público a passar rasteiras. O jogo aqui não é "ver" e "conhecer", o jogo é "ser visto", o que para um outsider pode parecer um paradoxo, já que um homem à noite no Porto é a coisa mais invisível que há, a não ser que tenha sido barrado à porta do Eskada, nessa caso toda a gente fica a saber.
E porque se sente um gajo invisível? As mulheres de cá não só dominam a arte da visão periférica como também conseguem identificar bem ao longe se o gajo é digno de cruzar o olhar ao perto. A única forma de saber se estás mesmo vivo a andar entre pessoas ou se ficaste preso numa trip estranha, é porque a cada cinco minutos vem um arrumador ou a mulher da sopa pedir uma moeda.

oh senhor Pague-me uma sopa

Então, como é possível quebrar o manto da invisibilidade e falar com mulheres reais? Como raios é que esta gente se atrai, se liga e reproduz? E o que é que esta conversa toda tem a ver com o Tinder?

Ataquem com comments e likes e pode ser que me convençam a continuar a história...

Táticas de chat à Rui Santos

Quando estamos em conversas de chat com um adepto de futebol, surgem comentários a determinado clube que está a jogar, ou jogou, aos quais tenho pouco mais a desenvolver do que satisfação ou insatisfação com o resultado, se for o "meu clube". Nem sempre sei quando joga, mas fico feliz que ganhe (sobretudo por ser algo tão raro) e conheço quatro ou cinco jogadores. Se calhar alguns deles já lá não estão...

Numa destas conversas, que tinha simultaneamente com dois fanáticos de bola, lembrei-me de fazer copy paste do comentário de um para o outro. Ao receber resposta, fiz o mesmo para o primeiro e assim sucessivamente... Dei por mim envolvida num profundo debate sobre táticas, objetivos, pontos, jogadores e treinadores, ao qual era absolutamente alheia, mas, vendo os dois entusiasmadíssimos, não quis estragar-lhes a conversa.

Antes de mudarmos de assunto, recebi elogios à minha impressionante atualização desportiva, pouco habitual numa mulher. Quando não querem pensar ou não percebem de um assunto vulgar entre homens, usem esta tática e ganhem pontos.

Aguardo os insultos masculinos na caixa de comentários em baixo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

1000 mensagens. E depois?

Conversar no Tinder é muito bonito, especialmente quando estou no conforto do meu leito em cuecas de elástico desgastado ao invés das minhas belas fotos Tinder em tons de caramelo do Verão passado. 

Mas quando a conversa já vai avançada em tons de "algo sério", chega o derradeiro momento de arrastar o real traseiro para o dito café.

Para quem já vai com algum andamento em cafés pós flirt virtual, isto já se torna o "pão nosso de cada dia" e já conseguimos poupar uns bons trocos no Pingo Doce no final do mês com as refeições gentilmente pagas.


Para quem é iniciado, geram-se algumas ingénuas borboletas minutos antes do encontro. Será o homem da minha vida? Alto como uma torre? Bom porte? Educado? Terá sentido de humor? Sorriso bonito?

Na hora H, as borboletas rapidamente apercebem-se que mais valia terem ficado em modo lagarta. Dentes amarelo-canário, tiques de coça-tintins, gargalhadas acompanhadas de sons aporcalhados. Uma panóplia de visões de príncipe encantado. 

Felizmente, em cada 150 cafés, e já com a expectativa de encontrar o próximo corcunda de Portugal, há um. Aquele café. E depois do historial quase desesperante, é agarrar com unhas, dentes e mensagens psicopatas obsessivas até enganá-lo a casar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A volta ao mundo em 80 swipes - 1

A minha primeira experiência com o Tinder aconteceu no final da primavera.
Para um tipo comprometido, instalar uma aplicação de dating pode ser uma acção de carácter questionável, e portanto durante algum tempo mantive-me afastado. Já para um tipo intrinsecamente curioso, o difícil mesmo é saber que ela existe e não ir lá espreitar. Um belo dia acordei mais curioso do que comprometido e lá instalei a coisa.
Que delírio! Para quem começou nas lides do mIRC, da saga "ddtc? m/f?" "m. tu?" "m.bye", o Tinder é o pináculo da evolução tecnológica. De repente, na ponta dos dedos e sem horas a responder a questionários chatos como havia nos sites dos anos 90, temos tudo aquilo que sempre nos interessou, a foto! Bem, tem mais uns pormenores secundários como o primeiro nome e a idade, e em letra pequenina para quem se dá ao trabalho de clicar, uma descriçãozeca. E o melhor de tudo é que passamos imediatamente à candidata seguinte com um simples swipe, acção que em americano significa esfregar. Parecia bom demais para ser verdade, um catálogo de candidatas disponíveis na minha zona, e assim que esfrego a cara de uma aparece logo outra!

Swipe me tinder, swipe me sweet...
Logo depois acordei e percebi que estou no Porto. As supostas gatas disponíveis não deixam de ser as que vivem aqui, que para começar não são assim tantas como isso, e que ainda por cima são todas amigas de alguém conhecido. Nada disto é bom quando voltas ao teu estado menos curioso e mais comprometido, e percebes que não é nada bom esfregar a cara da tua prima, ou da melhor amiga da tua namorada.

Já a amiga da uma ex-namorada...

(continua)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Quem vê caras não vê carros


Uma foto de perfil apelativa determina o match e deve evidenciar o que cada um tem de melhor. Neste exemplo, o indíviduo desvia a atenção do seu queixo proeminente para o volante do seu boguinhas, que já lhe deu certamente provas de sucesso no que diz respeito a conseguir atenção feminina. Repare-se que o faz de forma subtil, pretendendo apenas captar as mais perspicazes. Não exibe fotos da viatura, mas apenas a marca, o carácter desportivo marcado pelo cinto vermelho e a ideia de que é alguém que vive velozmente.